Terror, comédia, animação e loucura: conheça os filmes da Midnight Movies do Festival do Rio 2025
- viniciusarauujo

- 23 de set.
- 7 min de leitura
Filmes internacionais do mundo inteiro, muitos dirigidos por mulheres e membros da comunidade LGBTQIA+, dos gêneros cinematográficos mais variados, integram a mostra que faz você querer desviar o olhar, mas mantém seus olhos fixos

O Festival do Rio tem uma mostra dedicada a obras diversas e provocantes, do terror ao erótico, que apresenta o que faz você querer desviar o olhar, mas mantém seus olhos fixos: a Midnight Movies. Neste ano, a seleção reúne filmes de todos os continentes, em sua maioria dirigidos por mulheres e membros da comunidade LGBTQIA+, dos gêneros cinematográficos mais variados, com participação relevante em Sundance, Berlim, Tribeca, Annecy e festivais de cinema fantástico e temática queer. São eles:
Bebê da Mamãe, de Johanna Moder
Body Blow, de Dean Francis
Chove sobre Babel, de Gala del Sol
Conselhos de Um Serial Killer Aposentado, de Tolga Karaçelik
Fim de Semana Macabro, de Daniel Oriahi
Lago dos Ossos, de Mercedes Bryce Morgan
Magras!, de Nathan Hertz
A Meia-Irmã Feia, de Emilie Blichfeldt
O Primata, de Johannes Roberts
Quase Amor, de Sigurður Anton Friðþjófsson
Queens of the Dead, de Tina Romero
Saída 8, de Genki Kawamura
A Sapatona Galáctica, de Leela Varghese, Emma Hough Hobb
A 27ª edição do Festival do Rio será realizado entre os dias 2 e 12 de outubro. A programação completa será divulgada no site e nas redes sociais do festival nas próximas semanas. Saiba mais, abaixo, sobre cada um dos filmes confirmados na mostra Midnight Movies até aqui.
A Meia-Irmã Feia, de Emilie Blichfeldt

Versão sombria de Cinderela, A Meia-Irmã Feia acompanha a meia-irmã da personagem conhecida pelos contos de fada, Elvira, que vive com a família em um poderoso reino onde poucas coisas são tão importantes quanto a beleza. Por essa razão, quando ela encontra a dose de determinação certa para conquistar o coração do príncipe, medidas extremas serão tomadas visando à competição pela perfeição física. Com muito sangue, mortes e suor, Elvira terá que lutar para ser a mais bela do local e tentar ser, finalmente, escolhida como a Rainha do Baile. A comédia de terror, exibida nos últimos festivais de Sundance e Berlim, ganhou o Méliès de Prata de melhor filme europeu no Festival Internacional de Cinema Fantástico de Neuchâtel, na Suíça, e os prêmios de maquiagem e melhor estreante para Lea Myren no Amanda Awards, na Noruega.
Queens of the Dead, de Tina Romero

Queens of the Dead é sobre um grupo eclético de drag queens, club kids e amigos-inimigos que precisam deixar suas diferenças e dramas pessoais de lado, explorar suas habilidades únicas e combater os mortos-vivos quando um apocalipse zumbi acontece durante a apresentação de uma drag queen no Brooklyn. Estrelado por grandes nomes do movimento LGBTQIA+, o filme apresenta Nina West (RuPaul’s Drag Race), Jaquel Spivey, Tomas Matos, Quincy Dunn-Baker, Becca Blackwell, Shaunette Renée Wilson (Pantera Negra) e Dominique Jackson (Deuses Americanos) em seu elenco. O longa-metragem ganhou o prêmio da audiência no Festival de Tribeca e o Pride Award no America's Rainbow Film Festival (ARFF).
Saída 8, de Genki Kawamura

Filme de terror psicológico baseado no jogo homônimo de aventura publicado pela Kotake Create, Saída 8 acompanha um homem preso em uma passagem de metrô aparentemente interminável. As regras de sua busca são simples: não ignorar nada fora do comum. Sempre que vir algo anormal, ele deve retornar imediatamente, pois o menor descuido o mandará de volta ao ponto de partida. Será que ele conseguirá deixar esse espaço infinito? Esta integrante premissa foi bem aceita na sessão da meia-noite do Festival de Cannes, de modo que o filme apresenta hoje 100% de aprovação no Rotten Tomatoes.
A Sapatona Galáctica, de De Leela Varghese e Emma Hough Hobb

O título brasileiro A Sapatona Galáctica faz jus à criatividade e subversão da premiada animação australiana. O filme de Leela Varghese e Emma Hough Hobb conta a história da tímida Princesa Saira, filha das extravagantes rainhas lésbicas do planeta Clitópolis. Saira fica arrasada quando sua namorada, a caçadora de recompensas Kiki, termina o relacionamento com ela, repentinamente, por achá-la muito carente. Quando Kiki é sequestrada pelos Maliens Brancos e Heterossexuais (incels esquecidos do futuro), Saira precisa deixar o conforto de sua comunidade espacial gay para pagar o resgate: seu Royal Labrys, a arma mais poderosa da comunidade lésbica. O problema é que Saira não possui o artefato, e restam apenas 24 horas para salvar sua amada. Exibido no Festival de Annecy (maior festival de animação do mundo) e vencedor do Teddy Award no Festival de Berlim.
Conselhos de Um Serial Killer Aposentado, de Tolga Karaçelik

Conselhos de Um Serial Killer Aposentado é o longa-metragem mais estrelado da Midnight Movies do Festival do Rio 2025. Na comédia de terror do cineasta turco Tolga Karaçelik, Steve Buscemi (Fargo) dá vida a um serial killer disfarçado de terapeuta que ensina seus métodos para um escritor desesperado, vivido por John Magaro (Vidas Passadas), em busca de inspiração e tentando salvar seu casamento. Então, Kollmick vira conselheiro matrimonial de Keane durante o dia e, à noite, seu consultor particular para o próximo livro, sobre um assassino em série. O divertido filme ficou em 2º lugar na votação do público do Festival de Tribeca.
Lago dos Ossos, de Mercedes Bryce Morgan

Um casal de férias tem sua viagem romântica interrompida quando outro casal — atraente e misterioso — aparece dizendo que alugaram acidentalmente a mesma casa de veraneio isolada à beira do Lago dos Ossos. Eles entram num acordo e decidem compartilhar a mansão, mas tensões inesperadas surgem rapidamente, transformando o retiro íntimo de Sage e Diego numa teia de mentiras e segredos, angústias e pesadelos, sexo e sedução, machado e serra elétrica. Estrelado pelo brasileiro Marco Pigossi, o filme de terror erótico ganhou a medalha de bronze no Brooklyn Horror Film Festival.
Body Blow, de Dean Francis

Body Blow é um filme de estética neon-noir sobre Aiden, um jovem policial em crise, lidando com a dependência sexual e acusações de má conduta, que é colocado em uma missão arriscada disfarçado na pulsante vida noturna LGBTQIA+ de Sydney. Lá, conhece Cody, um bartender sedutor e trabalhador do sexo, controlado por uma drag queen e chefe do submundo, Fat Frankie. Enredado por chantagem e atração proibida, Aiden se vê envolvido em um assalto mortal, terminando como peça de um intrincado esquema policial. Entre desejo, traição e um thriller policial barrocamente estilizado, Aiden se vê diante de escolhas extremas: redenção ou destruição. O longa-metragem foi exaltado como uma das produções de gênero mais audaciosas do ano após sua estreia mundial no Festival Fantastic Fest de Austin, Texas, na semana passada.
Fim de Semana Macabro, de Daniel Oriahi

Fim de Semana Macabro narra a visita de um casal de Lagos a uma antiga propriedade de família, onde pretendem passar um fim de semana tranquilo. O que começa como um reencontro íntimo e aparentemente comum logo se transforma em um jogo psicológico repleto de segredos, tensões conjugais e revelações inesperadas. Misturando drama familiar, suspense e horror, o filme cria uma atmosfera carregada, que avança em ritmo cadenciado até atingir um clímax brutal e perturbador. Selecionado para a seção Midnight do Festival de Tribeca, foi celebrado por críticos como um “banquete que mistura gêneros”, destacando-se como o primeiro longa independente da Nollywood a estrear no evento.
Bebê da Mamãe, de Johanna Moder

Comparado ao clássico O Bebê de Rosemary (1968), Bebê da Mamãe acompanha Julia, uma renomada maestrina de 40 anos casada com Georg que finalmente realiza o sonho de ter um filho após um tratamento de fertilidade de alto nível. Mas o que era para ser um momento de plenitude se transforma em um pesadelo silencioso: complicações no parto resultam na retirada imediata do bebê para “tratamentos adicionais”, sem explicações. Quando Julia finalmente recebe a criança em seus braços, sente uma estranha desconexão — e passa a duvidar se o neném é realmente seu filho. Em um ambiente que mistura thriller psicológico, um horror sutil, drama e paranoia, a cineasta joga com os temores associados à maternidade e patologias pós-parto. O filme concorreu ao Urso de Ouro no Festival de Berlim.
Chove sobre Babel, de Gala del Sol

Longa-metragem de estreia da cineasta Gala del Sol, Chove Sobre Babel é uma obra de fantasia e comédia inspirada no Inferno da Divina Comédia (1304 - 1321), de Dante Alighieri. Ambientado numa boate em Cali chamada Babel, o filme é estrelado por Saray Rebolledo como La Flaca, a morte personificada, com quem os clientes devem negociar suas vidas. Jacob é o filho de um pastor que enfrenta o teste final enquanto se prepara para sua estreia como drag queen. Monet é um fantasma desesperado para retornar ao seu corpo antes que ele se decomponha. Timbí, interpretado por um ator chamado Jose Mojica, viaja pelos círculos do inferno acompanhado de uma cigana chamada Uma (Celina Biurrun), que está determinada a acertar uma aposta com La Flaca para salvar a vida de sua filha moribunda. O longa estreou no Festival de Sundance de 2025 e ganhou vários prêmios em festivais de cinema queer.
Quase Amor, de Sigurður Anton Friðþjófsson

Dramédia romântica produzida na Islândia e inédita no resto do mundo, Quase Amor conta a história de Emilý, uma criadora de conteúdo adulto de 25 anos que vive um relacionamento aberto e à distância com Katinka. Porém, quando descobre que a namorada pretende se mudar para a Islândia e tornar a relação exclusiva, Emilý se vê forçada a encarar as próprias inseguranças sobre o futuro. Ao mesmo tempo, tenta apoiar uma colega adolescente em crise e lidar com as dificuldades financeiras, os encontros amorosos com homens e um vizinho que reclama da atividade "inapropriada" que ouve do andar de baixo.
Magras!, de Nathan Hertz

Prato cheio para os fãs de A Substância (2024), Magras! é um body horror estrelado pelas irmãs gêmeas Michelle e Melissa Macedo como Penny e seu alter ego monstruoso, Penelope. Penny é uma jovem que começa a usar um "milagroso" remédio chamado Thinestra que expulsa gordura — que volta para apavorar Penny como uma sósia monstruosa e voraz. Segundo a crítica, o diretor Nathan Hertz faz uma alegoria bacana e frontal sobre a epidemia de produtos para perda de peso, abordando a problemática dos transtornos alimentares e das pressões sociais a respeito da imagem de mulheres, principalmente. A obra também é exaltada por usar efeitos visuais práticos e sua combinação de terror corporal com drama psicológico.
O Primata, de Johannes Roberts

Com um argumento bastante instigante para quem curte cinema de terror o longa-metragem O Primata, acompanha a protagonista Lucy, que volta da faculdade para passar alguns dias de férias na casa da família, que mora no Havaí. O lar é composto por seu pai, a irmã mais nova e o chimpanzé de estimação deles, Ben. A mãe, falecida alguns anos antes, era cientista e criou Ben desde que o animal nasceu como se fosse um membro da família. Porém, na véspera da chegada de Lucy, o chimpanzé é mordido por um animal silvestre e contrai raiva. O que acontecerá nos dias seguintes obrigará Lucy, a irmã e os amigos a se refugiarem, em terror absoluto, na piscina — o único lugar temido por Ben.




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